Palavras

A alvorada rompe com pequenas penugens que bruxeleam no ar, estas dançam umas com as outras numa valsa sem fim.

Nesta manhã, como em tantas as outras, deixo os mais profundos sonhos do meu insconsciente  embrulhados nos lençois da noite anterior e abandono a posição horizontal.
As palavras cativam-me, chama-me e imploram-me para que lhes dê vida, anseiam ardentemente por terem uma alma, e é nesse preciso momento que me sento em frente a uma mesa em vidro, que espelha o mais profundo do meu ser, e me sinto nua, apesar da imensa roupa que carrego em mim.
Tantas são as palavras que se envolvem em frases ritmadas, tantas são aquelas que se devoram, que se amam, que se involvem, que se entregam como se esperassem um sopro do deserto, e há mesmo aquelas que chegam a planear uma secreta fuga.
É no momento em que as palavras se deixam seduzir e posteriormente capturar que me sinto a pairar acima do mundo e aí sei que muitas delas me relembram de ti.
Não sei há quanto tempo estou aqui, que importa o tempo quando nos entregamos a uma cavalgada ritmada?
Os ponteiros acariciam-se e beijam-se, é hora!
 
 
 
 
 
p.s: Em relação ao último post, tudo vai indo, devagarinho...
publicado por Morgen às 13:54 | link do post | comentar